8 de setembro de 2008

Wrestling (espécie de comentário)

Numa espécie de comentário extendido do post anterior, queria acrescentar que vi ainda hoje numa comédia da Fox, um pai que, temendo que o seu filho fosse gay, achou por bem pegar no comando da Tv e mudar da telenovela para o canal de wrestling. O meu pensamento foi "não há coisa mais rabicha do que um homem ver outros dois à 'pancadaria' " (se é que aquilo se possa chamar algum dia de pancadaria visto ser tudo encenado de uma forma ridiculamente óbvia). O grande (e falso) argumento é o de que pancadaria é sinal de poder e superioridade, macho é poderoso e superior, portanto macho tem de gostar de pancadaria. Nunca vi pensamento mais fraco e minimalista do que este. Só que a realidade é que os que têm dúvidas da sua sexualidade têm uma tendência absoluta para se afirmar, sendo que a forma mais fácil de se obter a tal sensação de poder e superioridade é recorrer à violência. Anyways, o wrestling é gay, as telenovelas, pelo contrário, não são nada gays. E o puto de quem se dizia gay era mais esperto que o pai machista, pois enquanto este último se excitava a ver dois tipos de "cuecas", como bem dizia o Hugo, o seu rico filho andava a marcar as actrizes "lindas e boas". E é isso. Se hoje em dia dizem que o mundo está para acabar por causa dos gays e da natural falta de descendência da sua relação então é porque hoje em dia se anda a ver demasiado wrestling e a ler muitas FHM's (que, como já dizia o grande Ricardo Araújo Pereira, "é a revista mais rabicha que existe. Onde é que já se viu homens a publicar uma revista para agradar outros homens? E um homem que quer 'agradar' outro homem o que é? RABICHA. Homem que é homem lê "Maria" e "Ana", assim põe-se a par dos problemas das mulheres, dos temas por elas abordados e facilita o engate!")
Portanto, homens e filhos do presente e do futuro, não vejam muito wrestling e sejam felizes sem violência. A vossa preferência sexual não se define pela vossa capacidade de oferecer um olho negro ou um maxilar partido aos outros homens (ou mulheres, mas esse tipo de violência é outro assunto).

"Everybody lives but not all do exactly live"

Cathy*

6 de setembro de 2008

O wrestling

      Sei que para a maioria das pessoas isto é normal, mas a mim surpreende-me muito saber que vivo num planeta em que jovens e adultos gostam de programas televisivos em que o conteúdo é o seguinte: Dois ou mais homens, que roupa interior, “normalmente cuecas e botas até ao joelho”, dentro dum ringue, a fingirem que lutam enquanto se agarram e apertam mutuamente, em frente a milhares de pessoas que pagam para ver o espectáculo.


     ...Acho que não há muito mais a dizer mas... :S. O facto é que o wrestling ten adeptos, e não são poucos: desdo quarentão solitário, ao jovem fanático, passando pelos adolescentes e pelos putos de 8 anos que sabem os nomes dos “lutadores” todos, os movimentos de cada um e andam todo o santo dia à porrada uns com os outros a gritar que são o John Cena, parece que toda gente adora a modalidade. 


     Eu estaria a borrifar-me para isto tudo caso não tivesse sobrinhos e primos pequenos que me obrigam a jogar os jogos de wrestling com eles na Playstation, ver as cadernetas dos cromos de wrestling, a ver o novo boneco do wrestling que compraram no dia anterior e que em ves das cuecas azuis tem as cuecas vermelhas... enfim. Peço desculpa mas eu não acho isto normal.


     Sinceramente, acho que preferia que os putos andassem a ver ballet! Também é apaneleirado, mas ao menos quem anda com roupas apertadinhas são gajas e não homens de 200 quilos! E pelo menos estão a dançar, não fingem que dançam! E as meninas que dançam ballet normalmente são... bom, é melhor parar por aqui porque isso já é outro assunto...

3 de setembro de 2008

Era uma vez um assaltante cabeçudo...fez-se história :D

Nestes últimos dias os nossos telejornais têm sido preenchidos por notícias de “assaltos na Galp da Vasco da Gama por homens encapuzados”, assalto na Farmácia José Honorino Rebarbado de Barcelos por um indivíduo com um [e passo a citar] “capacete muito estranho, grande, preto de moto” (fico sinceramente intrigada com a “estranheza” de um capacete preto de moto...ok, é grande, mas também há assaltantes cabeçudos. Porra, gente preconceituosa!) Enfim, continuando com a “onda de assaltos”, os indivíduos que roubaram a Galp da ponte Vasco da Gama até levaram a caixa multibanco p’ra casa. Isto faz-me lembrar um possível episódio para os The Simpsons... LOL Ai… E depois vem os nossos avós por trás “Louvado seja Nosse Senhô, cmó nosse país anda! Antigamente néra nada assim...”. Pois sim… Antigamente não havia caixas multibanco, antigamente não havia gasolina a quase 2 euros por litro, antigamente não havia “capacetes muito estranhos, grandes e pretos de moto” (ainda não consegui ultrapassar esta…:X), antigamente as pessoas recebiam e calavam-se, não andavam praí a protestar aumentos salariais, antigamente andava ainda o Sócrates a chuchar no dedo com fraldas de pano (e assim devia ter continuado!), antigamente as pessoas não tinham o que têm hoje, mas também não tinham que pagar o que pagam hoje para viver neste país! E é por isso que se dão os assaltos. O homem do “capacete estranho grande e preto” só queria poder encher o depósito da sua moto sem ter de abdicar de um mês de férias porque não há dinheiro para nada. Os homens encapuzados que levaram a caixa multibanco (e que provavelmente se vão f**** todos para a abrir) provavelmente não o fariam se a empresa para onde trabalham não estivesse prestes a falir com 3 meses de salários em atraso. Logo de seguida aparecem nas notícias Deco, Cristiano Ronaldo e Lda. cujas recuperações já os permitem “pisar o relvado” com as nike que custaram 564,99 mil euros no relvado (verdinho e acabado de renovar por uns milhentos euros) do estádio que custou mais uns milhões de euros. E vivemos num equilíbrio financeiro que me emociona. O dinheiro não é tudo, certíssimo. Mas infelizmente, a não ser que as pessoas cultivem a própria comida e vivam como aqueles tipos que vivem lá para a banda das Américas sem usarem as novas tecnologias cuja designação não me consigo “alembrá”, toda a gente precisa de um mínimo para viver, e com um mínimo conto apenas com as necessidades básicas, não vá aparecer alguém aqui a dizer que os mínimos são iPhones, porsches e afins. É verdade que “o mínimo” é relativo, mas tenhamos bom senso e contemos com a definição normal para a maior percentagem da população. O mundo não é perfeito e ainda bem que não o é, como dizia o meu amigo Pessoa, “a perfeição é desumana porque o humano é imperfeito”, e só com a idealização de uma perfeição é que há a evolução (ou então não…). Mas sem querendo continuar a divagar, o que é facto é que estamos em crise, Portugal está em crise financeira e sei lá até quando é que posso continuar a postar coisas aqui neste blog sem ter que assaltar um caixa multibanco para poder pagar a internet e a electricidade. E resolvi tratar deste assunto porque, vá lá, fiquei fascinada com as notícias da TVI desta noite, em como conseguem passar de 3 séries de assaltos, 1 empresa em risco de falir com 3 meses de salários em atraso para a selecção portuguesa e os seus fantásticos jogadores cheios de anéis e brincos com altas roupas, cabelos e carros. Não tenho nada contra os ricos, só não consigo é deixar de ficar indignada com o crescente desequilíbrio da população portuguesa, e na contínua má gestão da economia nacional. Mas isto já é outro assunto, e por hoje já chega de paleio.
Cuidem-se e lembrem-se, se por algum motivo estranho (tipo…FALTA DE DINHEIRO!), resolverem levar para casa uma caixa multibanco, não o façam usando um “capacete grande e estranho preto” e verifiquem se ela tem dinheiro (não queiram ficar uma semana a dar lhe porrada e depois a filha da mãe se encontra vazia).

“everybody lives but not all do exactly live”

Cathy*