6 de julho de 2010

Carta do Novo Rei

Soldado que marchas em frente,
Onde fica o teu destino?
Onde esta o teu castelo?
Volta a ser um menino!

Deixa a espada, deserta,
Foge pra outro lugar,
Ruma para parte incerta,
Que ninguém te vai encontrar.

Depois, quando for dia,
Faz-te de nova à estrada,
Esquece a tua companhia,
Que eles nem vão dar por nada!

Esta luta não é tua,
Poupa o sangue que é teu,
Cada um que lute a sua,
Ou não luta, como eu.

Esquece a tua bandeira,
A pátria não é a razão,
Quer o rei queira ou não queira,
Não és apenas uma mão.

És um homem como ele,
E também pensas por ti,
Também tens carne osso e pele,
Pois foi assim que te escrevi.

Fui eu quem te dei vida,
Ó soldado da minha cabeça,
És a parte de um poema,
Ou o que eu quiser que isto pareça.

Por isso ouve o que te digo,
Escuta o teu criador,
Soldado que marchas em frente,
Marcha para trás, por favor.

1 comentário:

Célia disse...

adoro a expressão "esta luta não é tua".